Quem eu quero ser
Meu pai está sempre compartilhando conhecimentos muito valiosos, mesmo que eu leve às vezes algum tempo, ou até anos para compreendê-los. Uma coisa que ele sempre me fala é escolha com quem você quer se relacionar, escolha suas amizades de acordo com quem você quer se parecer, e ele completa “É muito fácil ser um bêbado, basta andar sempre cercado de bêbados”.
Sim, é muito fácil ser uma pessoa viciada, dependente, doente, carente e infeliz (seja no que for, relacionamentos, compulsão por comida, …) basta se relacionar com pessoas que são assim também. Basicamente se você está com dúvidas sobre que tipo de pessoa que você é no presente momento, dê uma olhada em volta, se as pessoas com que você mais se relaciona são infelizes, depressivas, doentes, etc… adivinha quem tem grandes chances de ser também…
Estes dias novamente ele me falou a mesma coisa, especialmente agora que estou em um novo continente e começando de novo, um novo ciclo. Aproveite essa fase pra criar seu novo círculo de amizades que acordo com quem você quer se parecer, quem você quer ser.
Fiquei pensando sobre isso, quem eu quero ser, e nesse meio tempo fui pra Bélgica fazer um lindo trabalho de vídeo e fotografia no Koningsteen, um centro de retiros, tratamentos e vida natural, foi aí que conheci a Munich. Aos 80 anos ela gere com muita firmeza seu próprio negócio, um centro de tratamentos e retiros holísticos que ela própria, em uma atitude muito à frente do seu tempo, fundou a 20 anos atrás, abandonando a ideia de levar uma vida relativamente tranquila sendo uma aposentada.

Ativa, caminhando todo o dia, limpando a casa, pensando em soluções, se movimentando pra lá e pra cá com a saúde a disposição pra deixar muitas adolescentes com inveja. Sempre muito presente, sempre alegre, toma conta das galinhas, dos patos e da equipe de trabalho com o cuidado de uma avó carinhosa. Todos os dias começamos a manhã com yoga, respiração e meditação, e depois, logo íamos pra cozinha fazer um maravilhoso suco de luz com cenouras, folhas verdes e frutas colhidas do pé.

Uma das coisas que me encantou nela, todos os dias antes de começar as atividades do dia, nos encontrávamos para meditar por 45 minutos, e muitas vezes guiei nossa meditação e uma pequena prática de yoga matinal, demos muitas risadas juntas, fizemos caretas, nos alongamos, meditamos, cantamos e ela absorveu com muita atenção todas as minhas orientações, como uma aluna muito dedicada, o que me deixou muito orgulhosa. Mesmo com 80 anos de experiência nessa ela mantém muito viva a capacidade de se deixar guiar de confiar plenamente no outro e na situação presente.
Guiar e ser guiada, apreciar o momento presente, atrair saúde, paz e alegria em abundância, não economizar em nenhum destes itens, essas são só algumas das lições que aprendi com Munich.
Dentro do espectro de quem eu sou, e quem eu quero se cabem muitas coisas, mas com certeza Munich é um exemplo de como eu quero ser quando “crescer”.
Obrigada Munich, Dieter e toda família Koningsteen, espero encontrá-los novamente em breve!